sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ALVENARIA HOJE NO OFF CENA


O Módulo II de Direção Teatral da Escola de Teatro da UFBA, com coordenação da Profª Hebe Alves convida a todos para o:

II OFF CENA
Nos Rastros, No Rumo da Cena Contemporânea de Salvador.


dias 05 e 06 de novembro de 2009 - Espaço Xisto Bahia (Biblioteca Pública dos Barris)


Quinta, dia 05:

14h 00 - Abertura do evento com homenagem a Harildo Déda.

14h 30min - Mesa redonda sobre a cena Soteropolitana com
Fernando Guerreiro e João Lima.
Mediação: Cleise Mendes.


Sexta, dia 06:

9h 00 às 11h 00 - Oficina Teatro do Oprimido. (Gabriela Medeiros)

14h 00 às 16h 00 - Oficina Partitura de Pontos:
Uma Alternativa para Construção da Cena. (Jane Santa Cruz, Lilith Marques, Milena Flick, Lara Couto e Camila Guilera)

14h 00 às 16h 00 - Demonstração Grupo Alvenaria de Teatro.

16h 00 - Encerramento com Demonstração de trabalho da pesquisa em partitura de pontos: Dorotéia (de Nelson rodrigues, com as pesquisadoras de Hebe Alves) .


Inscrições gratuitas pelo e-mail: off.cena@hotmail.com

domingo, 1 de novembro de 2009

EXTRA BAKXAI!! Hoje e amanhã!

BAKXAI- sobre As Bacantes encerraria sua primeira temporada
na última quarta-feira. Ao invés disso, resolvemos fazer duas sessões extras, hoje e amanhã (dias 1 e 2 de novembro), neste domingo de todos os santos e na segunda feira de finados que o segue.
Brindemos a eles!
Foto-divulgação: Danilo Canguçu

Foto-inspiração: Francesca Woodman

Para falar da apresentação nesses dois dias, recorremos ao sempre bacante Zé Celso Martinez:


>> TESMOFOLIAS <<>
NESTES DIAS
MISTERIOSAMENTE OBSERVO
HÁ ANOS
OS TEATROS ENCHEM
E BAIXA A RARA MAGIA
DA ARTE HUMANA DEMAIS DE TÃO TRANSHUMANA
A ARTE DO O TEATO
EM TODA SUA QUENTURA

(...)

O LIVRO “DIONYSIOS”
DE MARIA DARAKI
ME CHEGOU ÀS MÃOS
NELE MAIS OU MENOS APREENDI
O QUE ERAM AS “THESMOPHORIES”,
AS ORGYAS DIONISÍACAS
ENTRE VIVOS E MORTOS
O CARNAVAL DA MORTE
COM A VIDA


O THESMOPHORION ERA A BOCA DO INFERNO
DO HADES
DALI SAÍAM OS MORTOS
ALI ENTRAVAM OS VIVOS
E AS THESMOFORIAS ERAM OS RITOS
COM AS MESMAS COROAS
DE HERAS DOS TÚMULOS
COM QUE OS TYAZOS BÁQUICOS COROAVAM-SE
NESTAS DATAS DE FINADOS
QUE RODEIAM O DIA DE FINADOS
PARA ORGYAREM VIVOS E MORTOS


DEMÉTER PENETRAVA O HADES
PARA BUSCAR SUA FILHA PERSEPHONE
RAPTADA PELO DEUS DA MORTE
ELA PASSAVA 6 MESES DE TEMPORADA
NO INFERNO
E 6 MESES
NA SUPERFÍCIE DA TERRA
ABERTA PARA OS CÉUS
TRAZIDA SEMPRE POR SUA MÃE

(...)





EVOÉROS

from: http://teatroficina.uol.com.br/menus/45/posts/307

BAKXAI por MARCELEZA CASTILHO





Todas as ilustrações a cima são de Marceleza Castilho, com inspiração no espetáculo BAKXAI- sobre As Bacantes. Obrigada pelo olhar atento e por tamanha beleza, Marcelo.

CARAVAGGIO



"(...) Eventualmente posso amar o ser humano" (...) "Ele é para mim um animal agradável, valente, inventivo, que não tem igual sobre a Terra, em todo labirinto ele é capaz de se achar. sou bom para com ele: com frequência medito em como fazê-lo avançar e torná-lo mais forte, mais malvado e profundo". - "Mais forte, mais malvado e profundo?", perguntei aterrorizado. "Sim", confirmou ele, "mais forte, mais malvado e profundo; também mais bonito" - e ao dizê-lo sorriu o deus-tentador seu sorriso alciônico, como se tivesse dito uma encantadora gentileza. "

(F. Nietzsche, Além do Bem e do Mal)

domingo, 18 de outubro de 2009

E O RITO PROSSEGUE...



Foto: Danilo Canguçu


Após um pequeno intervalo, Bakxai volta essa semana!




Bilheteria aberta nos dias de espetáculo, às 18:30h, no local (Casa D'Itália).
Classificação 16 anos.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

É DIA DE BACO!

É HOJE A ESTRÉIA!

Foto: Danilo Canguçu


Foto: Spencer Tunik




SERVIÇO:

O QUE? BAKXAI – SOBRE AS BACANTES
QUEM? GRUPO ALVENARIA DE TEATRO, DIREÇÃO DANIEL GUERRA
QUANDO? ESTRÉIA 05 DE OUTUBRO, TODAS AS SEGUNDAS, TERÇAS E QUARTAS DE OUTUBRO, COM EXCEÇÃO DA SEGUNDA SEMANA (DE 12, 13 E 14), SEMPRE ÀS 20H.
E DIA 1° DE NOVEMBRO - DOMINGO!
QUANTO? R$16 E R$8
ONDE: CASA D’ITÁLIA
MAIORES INFORMAÇÕES COM: 8107-0273/ 9199-5696/ 8866-2392

Classificação 16 anos.

RELEASE DO ESPETÁCULO

http://alvenariadeteatro.blogspot.com/2009/09/release_22.html

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

IMERSÃO

Depois de formado o grupo, passamos quatro meses mergulhamos em estudos teóricos e práticos sobre a arte do ator. Após este período, investimos numa temporada intensa de prática denominada Projeto de Imersão. Este projeto teve como principal objetivo envolver nosso corpo cotidiano em flúido extra-cotidiano. Os encontros eram diários e as atividades eram divididas em dois blocos sequenciais: um no turno vespertino e outro à noite, que denominamos Treinamento Apolíneo- estudo de mímica corporal dramática, acrobacia, biomecânica, yoga, entre outros- e Treinamento Dionísiaco- energético.
Foram ao todo, quatro semanas de trabalho, de segunda à sexta, durante oito horas diárias, totalizando 148h de prática na Imersão. Essa vivência fertilizou nosso caminho durante os sete meses seguintes, nos quais foi gestado BAKXAI… “Perna avante, pés velozes, eis as Bacantes” .

REFERÊNCIAS...

“Um músico famoso, que ignorava as propriedades do haxixe, e que possivelmente nunca ouvira falar delas, cai em um círculo onde várias pessoas já haviam tomado a droga. Tentam fazê-lo compreender seus maravilhosos efeitos. Diante destes relatos prodigiosos, sorri com graça, por complacência, como um homem que quer se apresentar bem por alguns minutos. Seu desprezo é logo percebido pelos espíritos aguçados pelo veneno e os risos o ferem. As explosões de alegria, os jogos de palavras, as fisionomias alteradas, toda a atmosfera malsã irritam-no e levam-no a declarar, mais cedo talvez do que o desejasse, que esta charge de artista é má. A comicidade ilumina todos os espíritos como um relâmpago. Houve um redobramento de alegria. “Esta charge pode ser boa para vocês, diz ele, mas para mim, não” – “Basta que seja boa para nós”, replica egoisticamente um dos enfermos. Sem saber se está lidando com verdadeiros loucos ou com pessoas que simulam a loucura, nosso homem crê que o mais sensato a fazer é retirar-se; mas alguém fecha a porta e esconde a chave. Um outro ajoelhando-se diante dele, pede-lhe perdão em nome do círculo, e declara-lhe insolentemente, mas às lágrimas, que, apesar da inferioridade espiritual do músico, o que talvez provocasse um pouco de piedade, todos são tomados de uma profunda amizade com ele. Este resigna-se a ficar, e mesmo condescende, após súplicas veementes, em tocar um pouco de música. Mas os sons do violino, ao se difundirem pelo apartamento como um novo contágio, arrebatam ora um enfermo ora outro. Eram suspiros roucos e profundos, soluços súbitos, rios de sua música e, aproximando-se daquele cujo êxtase provocava maior ruído, pergunta-lhe se está sofrendo muito e o que seria necessário fazer para aliviá-lo. O enfermo, com êxtase no olhar, fita-o com um desprezo indizível. Querer curar um homem doente de excesso de vida, doente de alegria!”

Charles Baudelaire, Paraísos Artificiais.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

É PRIMAVERA, BACANTES

Foto: Danilo Canguçu

Foto: Francesca Woodman


Pintura: Egon Schiele

HINO A PÃ

de Mestre Therion

Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da àmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão -
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!

(Fernando Pessoa)

ARQUIVO

Último dia da oficina "Voz e Corpo para a Cena: Investigação de Ações Físicas", ministrada pelo Alvenaria, em maio deste ano, no CEFET (Barbalho)


Visita ilustre de Fernando Yamamoto e César Ferrario do Clowns de Shakespeare

domingo, 27 de setembro de 2009

ALVENARIA de portas abertas

Ritos...






Fotos do grupo reunido em Cachoeira,
na celebração para Nossa Senhora da Boa Morte.*


A porta, quando aberta, tem uma certa alvenaria diferente de qualquer outra. Talvez pela qualidade da iluminação que adentra o cômodo, talvez pelo canto dos pássaros que se ouve com maior nitidez, não sei ao certo, mas a alvenaria não é a mesma. É impressionante como a madeira muda. Parece ganhar vida novamente. É sorridente.

*Viagem de pesquisa e observação para o espetáculo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

INSPIRAÇÃO


Fotos: Francesca Woodman


II

Porque tu sabes que é de poesia
Minha vida secreta. Tu sabes, Dionísio,
Que a teu lado te amando,
Antes de ser mulher sou inteira poeta.
E que o teu corpo existe porque o meu
Sempre existiu cantando. Meu corpo, Dionísio,
É que move o grande corpo teu
Ainda que tu me vejas extrema e suplicante
Quando amanhece e me dizes adeus.

III

A minha Casa é gurdiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavra
Paixão e veemência
E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.
A minha Casa, Dionísio, te lamenta
E manda que eu te pergunte assim de frente:
A uma mulher que canta ensolarada
E que é sonora, múltipla, argonauta
Por que recusas amor e permanência?
(Hilda Hilst)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

RELEASE

Vinho, prazer e mito

Foto: Danilo Canguçu

O universo mítico de Dionísio será evocado no espetáculo BAKXAI - sobre As Bacantes, do Alvenaria de Teatro, dirigido por Daniel Guerra, a partir da tragédia clássica de Eurípides. A montagem estréia nesta primavera, dia 05 de outubro, às 20 horas, na Casa D’Itália (Largo dos Aflitos – Centro), que pela primeira vez abre suas portas para apresentação de uma peça de teatro. O trabalho é fruto de sete meses de ensaio e de um ano e meio de pesquisa grupal.

O espetáculo BAKXAI - sobre As Bacantes, além de marcar a estréia do grupo, está também vinculado à Universidade Federal da Bahia tratando-se da conclusão de graduação em direção teatral de Daniel Guerra, membro do grupo e diretor da montagem.

O grupo
O Alvenaria de Teatro foi criado há um ano e meio por alunos e egressos da Escola de Teatro da UFBA, que vêm trabalhando sistematicamente e desenvolvendo pesquisa em artes cênicas, com residência artística no IFBA, antigo CEFET (Escola Técnica). O grupo é composto por uma equipe de dois diretores- Daniel Guerra e Lucas Modesto- e oito atores- Camilla Sarno, Felipe Benevides, Laura Franco, Liliana Matos, Lílith Marques, Ludmila Brandão, Raiça Bomfim e Thor Vaz. O espetáculo conta com a participação dos oito atores do grupo e André Rosa, como ator convidado.

Referências
Partindo de estudos sobre técnicas de mímica corporal, yoga, acrobacia, biomecânica, ações físicas etc, e tendo como inspiração e referência autores como Grotowski, Barba, Artaud, Nietzsche, Boff, Cecília Meirelles, entre outros, o grupo se empenhou numa rotina diária de treinamento e reflexão. Após um processo de intensa investigação sobre o artesanato teatral, é trazido finalmente à cena, como resultado desse estudo, o universo de Baco, adentrando a construção da liturgia desse deus que representa o teatro, o prazer, o vinho e a orgia. Além do clássico de Eurípides, um amálgama de referências e textos de autores como Baudelaire, Rimbaud, Marcel Detienne, Fernando Pessoa e Cruz e Souza servem a essa trama dionisíaca.

O rito
O rito ao deus que inicia as mulheres em seus mistérios através do delírio, da ludicidade e do gozo, marca, pois, a estréia do grupo no cenário teatral da cidade. Em Baco, as mulheres fincam suas esperanças e nele depositam todo o seu potencial criador. O coro de mulheres, aqui, passa a ser o foco central da narrativa e é por meio de seus atos e delírios que o embate entre Dionísio e Penteu é desvelado. Progressivamente, a Tebas encarnada no salão da tradicional da Casa D’Itália vai se tornando palco das mais estranhas alegorias. Junções de projeções coletivas, as imagens corporificadas pelas mulheres ganham vida e começam a agir por conta própria, num desenlace surpreendente. A narrativa da peça é permeada pelas relações entre sagrado e profano, fé e necessidade, repressão e rebeldia, ordem e caos.

A encenação
Daniel Guerra, diretor da montagem, comenta que “BAKXAI se utiliza do universo de As Bacantes para sintetizar uma poética própria, mas fiel ao conjunto imagético proposto pelo texto. Eu entendo que um texto – ainda mais em se tratando de uma obra milenar – só pode ser considerado vivo, se tiver seu conjunto de signos encarnados em corpos atuais, que contraponham e reinterpretem signos milenares a partir de suas próprias vivências cotidianas. Este corpus pulsante é o corpo de criação do Alvenaria de Teatro. Juntos, propomos, através de treinamento, leituras e improvisações, diálogos com o texto, e assimilamos as imagens que eles nos oferece experimentando-as em sala de ensaio”. Ele explica que o texto foi adaptado a partir dos fluxos individuais, das relações tecidas a partir dos atores e seus corpos. “Optamos por encarnar o espírito dionisíaco no sentido da libertação criativa. Vivemos juntos há algum tempo debaixo do olhar do deus da loucura (numa balsa de loucos, à deriva) e o mito nos chegou em forma de vivência grupal” acrescenta.

As Bacantes
O clássico grego As Bacantes, de Eurípides, relata a passagem fulminante de Baco, também chamado de Dionísio, por Tebas. O deus chega à cidade grega, acompanhado pelo seu cortejo de bacantes, exigindo dos cidadãos tebanos suas devidas homenagens e libações. Tomadas pelo delírio dionisíaco, as mulheres gregas abandonam seus lares e afazeres para juntar-se ao cortejo, na sagração do deus. Contrariamente a essa força caótica, encontra-se Penteu, rei de Tebas, que questiona a divindade e os ritos dionisíacos, perseguindo o deus e seu séquito. O conflito daí resultante, entre o deus estrangeiro e a casa reinante que o considera uma força subversiva aos costumes, é o âmago dessa tragédia.

Nascido em 480 a.C., perto de Atenas, Eurípides é um dos três grandes expoentes da tragédia grega e provavelmente o mais popular nos nossos tempos. A tragédia de Eurípides, além de compor um dos marcos da cultura grega, berço de nossa cultura ocidental, devassa a alma humana e seus conflitos, delineando arquétipos que persistem em nossa sociedade. O homem é posto nu frente ao destino e essa característica profundamente humana imprime na obra um caráter atemporal e, portanto, absolutamente atual.

Casa D’Itália
Para este encontro de mundos, o espetáculo precisava ambientar-se em um amplo salão que acolhesse o público num ambiente intimista, familiar. Daí a escolha em situar a peça na Casa D’Itália, casarão tradicional localizado no centro histórico da cidade, que reforça o espírito de história, memória, vida, cotidiano e intimidade da encenação.

O espetáculo fica em cartaz todas as segundas, terças e quartas de outubro - com exceção da segunda semana (dias 12, 13 e 14)-, sempre às 20h. A Casa D’Itália possui estacionamento privativo e a Cantina funcionará em todos os dias de espetáculo.

Deméter nos dê boa colheita a todos. Evoé!

INSPIRAÇÃO

Imagem: Shiele, uma de nossas inspirações.

“De fato sem o vinho, onde haveria o amor?
Que encanto restaria aos homens infelizes?”
(trecho de “As Bacantes”, de Eurípides)

sábado, 19 de setembro de 2009

BACANAL

Foto: Danilo Canguçu

Quero beber! cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco…
Evoé Baco!

Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada.
A gargalhar em doudo assomo…
Evoé Momo!

Lacem-na toda, multicores
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos…
Evoé Vênus!

Se perguntarem: Que mais queres,
Além de versos e mulheres?…
- Vinhos!… o vinho que é meu fraco!…
Evoé Baco!

O alfanje rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que eu não domo!…
Evoé Momo!

A Lira etérea, a grande Lira!…
Por que eu extático desfira
Em seu louvor versos obscenos.
Evoé Vênus!

(Manuel Bandeira)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ESTRÉIA


"VAMOS, BACANTES! VAMOS! CELEBRAI."